Thursday, November 05, 2009

Religulous

Numa altura em que se fala tanto de religião por causa das provocações do nóbel José Saramago (espantoso como consegue ainda ser refrescante e suscitar debate), deixo aqui uma sugestão mais ligeira enquanto não leio Caim. Trata-se de Religulous, um documentário (género de que começo a gostar cada vez mais) com o comediante Bill Maher que tenta demonstrar que as doutrinas das principais religiões do mundo são tão credíveis como contos de fada. Tipo Jonas e a Baleia... Jonas viveu três dias dentro de uma baleia... ok. O mais ridículo de tudo é que as pessoas com quem fala encaram os seus livros sagrados literalmente, não como uma alegoria. Pega nas estapafúrdias revelações da Cientologia e ao compará-las com a Bíblia, até se tornam algo credíveis. Aqui fica o trailer. Lets look at the traila.

3 comments:

Luis Leal said...

Caríssimo amigalhaço, independentemente das crenças das pessoas, é o que cada uma (ou o colectivo) faz com elas, daí o perigo dos extremismos, o que é bem visível neste belíssimo documentário.
Agora o que nunca pode ser uma premissa é que uma pessoa com crenças, devoto, crente, ou como lhe queiramos chamar, seja um ser intelectualmente menor à luz de qualquer racionalismo (hoje vi um filme português, "Coisa Ruim", e deixou-me a pensar nisso...).
Hoje em dia, a igreja continua a ter demasiado poder acéfalo, mas há muito que a bíblia é vista como um livro mais, uma alegoria baseada em alegorias célebres anteriores até a Platão.
O problema do nosso Nobel é que ficou visto por muitos, até seus seguidores literários, como um oportunista que lança polémicas para vender livros. Sinceramente,não sei se foi essa a sua intenção, mas que já vendeu uns livros à conta da mesma, vendeu...

MAR said...

Amigo Pinto.
Não me passa pela cabeça que alguém que tenha fé seja "intelectualmente menor". Eu acho que os textos considerados sagrados têm qualquer coisa de chamativo e apenas me tornei um céptico por acidente, da mesma maneira que acho que há quem se torne crente pelas contingências da vida. Isso não me impede de achar a Bíblia um livro interessante, mas apenas como algo que faz parte de um imenso subconsciente colectivo, da matriz da nossa cultura. Também te digo que já li dezenas de livros bem mais provocadores em relação a Deus (com maiúsculas pelo sim pelo não)do que o de Saramago.
Gostei da referencia ao "Coisa Ruim", é um dos melhores filmes portugueses, apenas suplantado, quanto a mim, por "Alice".
Um abraço, adoro estas discussões.

Luis Leal said...

Nunca me passou pela cabeça que tal coisa passasse pela tua!!! :-) E se te passasse (coisa que acho que não tem a ver contigo) seria a tua interpretação e não deixarias de ser o meu amigo "Rabino Assassíno"! :-)
Quanto a cépticos, crentes, maiusculas ou minúsculas, para mim tudo está no campo de livre-arbítrio, algo para mim tão caro e que lembra aqueles belos tempos do Renascimento... literalmente estou-me nas tintas para isso.
Li há pouco tempo um texto do Lobo Antunes (na Visão) sobre a sua relação com estas coisas das religiões e das crenças e identifiquei-me muito com ele. Se o encontrar envio-te.
Um grande abraço.