Friday, April 29, 2005

Ontem li:

Poeta: uma criança em face do papel
Poema: os jogos inocentes,
Invenções de menino aborrecido e só
A pena joga com as palavras ocas,
Atira-as ao ar a ver se ganha o jogo;
os dados caem: são o poema. Ganhou


Adolfo Casais Monteiro

Monday, April 11, 2005

Vive numa prisão sem barras de metal
Morre numa frágil prisão que é a sua própria pele

Envelhecida

Não pode confiar nas suas memórias

Pergunto-te:
“Qual a sensação de esperares por Ela?”

Responde-me com um olhar resignadoe manso
Que me faz chorar tristeza pura
(mais parece que se me derrete o olhar)

Surge um silêncio sem palavras
(quando se está só começamos a esquecê-las)
Um silêncio que me corta como mil lâminas
Quando numa vertigem vejo
Que sou eu quem não está preparado
Para o momento em que se liberte...
E é uma liberdade lenta e agoniosa!

Friday, April 01, 2005

...e pudesse eu pagar de outra forma...

Envolvido pela névoa dos teus cabelos Deixo-me estar na véspera da tua ausência Roubaste o fogo em que me deleitava Com a tua gélida despedida Agora quero assistir eternamente Ao festim das aves 
carnívoras 
com as tuas entranhas