Monday, November 27, 2006

Phillip Noiret 1930-2006


A falta de tempo com que tenho andado nestes dias quase me fez passar ao lado da morte de um dos actores pelo qual nutria maior carinho: Phillip Noiret que guardarei na minha memória como o Pablo Neruda explicando pacientemente ao seu carteiro o que são metáforas mas sobretudo pelo Alfredo de Cinema Paraíso. Quem gosta verdadeiramente de cinema e não adora Cinema Paraíso é porque ainda não viu e o melhor é não perder mais tempo. Quem já viu... é sempre boa altura para rever e celebrar este poema de amor ao cinema em forma de filme e já agora recordar Alfredo e Toto.

O Perfume


Lá fui ver O Perfume... e este post poderia ficar por aqui. O romance de Patrick Süskind é verdadeiramente genial, um daqueles livros de que não abdico ter na minha biblioteca (ainda para mais oferecido pela minha Cris) mas o filme é muito fraquinho. A polémica estala quase sempre que se adapta uma obra literária ao cinema mas esta versão sofre muito por temer a reacção dos leitores que devoraram desde há muitos anos o romance. Por o texto ser tão bom o filme é demasiado preso ao romance e é aí que quanto a mim falha estrondosamente. Algumas ideias bem filmadas, como a orgia coreografada pelos La Fura del Baus e uma fotografia demasiado barroca vão ficar na memória como testemunho de um filme que prometia muito muito mais. Tudo porque alguém não se lembrou que é preciso recorrer a outra linguagem e isto não é o mesmo que passar um texto de inglês para português. Fraquinho!