Os órfãos de Deus são parricidas.
São pó e cinza, quando o sangue deixa
de lhes correr nas veias
E o corpo cinzento desce à fria terra
ou entra na fornalha.
Uma sombra que se esfuma e dispersa
pela esfera que habitamos.
Os eleitos são imorredouros,
Sentam-se à direita do pai num
festim de vinho e mel.
Colhem do sacrifício doces frutos
e não sentem frio nem fome.
Uma eterna recompensa, como
animais amestrados que deixam de mijar no tapete.
Seja, também eu, pó e nada,
E fique em tudo a remota memória,
menos,
Uma impressão do que fui.
Que tenha fim a vergonha, a
fraqueza, a queda e o fracasso que Dele herdámos.
Que as minhas pegadas na areia
da praia sejam sempre apagadas pela pureza obstinada das ondas.
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