Demasiado Humano
Escancarei, por minhas mãos raivosas,
As chagas que em meu peito floresciam.
Versos a escorrer sangue eis escorriam
Dessas chagas abertas como rosas…
Assim vos disse angústias pavorosas
Em versos que gritavam… ou sorriam.
Disse-as com tal ardor, que todos criam
Esse rol de misérias fabulosas!
Chegou a hora de cansar… cansei!
Sabei que as chagas todas que aureolei
São rosas de papel como as das feiras.
Que eu vivo a expor minh’alma nas estradas,
Com chagas inventadas retocadas…
Para esconder bem fundo as verdadeiras.
José Régio
3 comments:
Infelizmente, este poema de José Régio é muito pouco conhecido. Os professores (e aqui faço mea culpa) têm por vezes pouca vontade de procurar textos alternativos. Pensem na Autopsicografia ao lerem Demasiado Humano. Há inúmeros pontos de contacto!
Caralho! Lá tás tu com intelectualidades... o que tu queres eu sei! É um minete à Ruth Marlene!!!!!!!!!!!!
E tu é que me perverteste ainda mais, quando fizeste o meu órgão elegante tocar na água da sanita!!!!!
Fosga-se e eu a pensar que as criações só se voltavam contra os seus autores nos romances do Stephen King. Alex, sinto muito por ter feito o teu orgão elegante tocar a água da sanita, mas antes isso do que o pisares inadvertidamente. Um abraço Alex, mas um abraço macho que mariquices não são contigo!
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