Pergunto ao meu avô:
“Onde está o tempo?”
Responde-me:
“O tempo que passou está na minha face, está nas minhas mãos...
O tempo que virá está nas tuas!”
Chorei, livre mas abandonado,
completamente entregue às lágrimas que sulcavam o meu rosto
Os meus gritos queriam dizer miséria e angústia nalguma língua desconhecida.
Senti-me prisioneiro nas paredes sujas da cidade,
Longe da minha aldeia,
menino assustado que acorda sobressaltado de um pesadelo.
Sem saber porquê, vieram a meus olhos as imagens com as quais aprendi o que era a Morte:
A Morte no poço
A Morte na corda
A Morte na arma
A Morte no frasco de veneno
Esta é a Morte da Aldeia
Vejo-a nos olhos cheios de passado do meu avô...
Vejo-a na face de toda a gente...
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