Vêm ao longe
as ressonâncias
Abrem-se fendas
na pedra dos ossos
que estalam
em gemidos plangentes.
A carne
estremece
em crateras de dor.
A alma
foragida
procura o reencontro com o útero.
O caminho
sem caminho
o caminho procura
A loucura
enxameia
em ondas de espuma viscosa de azeviche
a existência singular.
A vida
faz-se
de sangue vermelho.
De negro
se faz
o poema.
António Ricardo Mira
5 comments:
Tu não me digas que o "homem" também escreve poemas?! Deve ser daqueles quase perfeitos, não?! - Os que já não existem... :)
Este poema é lindíssimo! Os últimos tercetos são perfeitos!!!!!!! A Vida e o Poema são mesmo isso - definições admiráveis!
Sandra Martins
Então,M... Isto está abandonado... Tens de vir cá mais vezes :(
Beijo grande!
s.m.
E eu estou muito feliz por ver que voltaste à blogosfera com a paixão e qualidade a que nos habituaste. Ainda bem!
Beijo
Muitas mesmo...:(
sim, muitas saudades de vocês...
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