Alguns metros quadrados no topo de uma colina, mas o local mais disputado desta zona do planeta. Apenas Jerusalém foi mais cobiçada. Atenienses, espartanos, persas e romanos foram tomando a Acrópole e a cidade. Os nazis também, mas dois rapazes, Apostolos Santas e Manolis Glezos, fizeram o que todos queriam mas o medo impedia: retiraram a bandeira com a suástica, hoje símbolo do ódio.
Os templos resistem estoicamente ao tempo. Atena já não tem sacerdotisas, tão pouco Poseidon. Ascendemos pelo Propylaea sem oferendas para Atena, mas ansiosos por um pouco da sua sabedoria.
Finalmente a cidade, finalmente uma noção concreta de Atenas. Pericles terá realmente sido o primeiro político, o primeiro homem de estado. Para que aquilo que se vê da acrópole tenha resistido 2500 anos, era necessário que se construísse o que está no topo.
Depois Sounion, o cabo das colunas. Neste local onde erigiram um templo a Poseidon e Egeu pôs fim à sua vida, em desgosto. Os dois pais de Teseu assistem à sua chegada. O divino conhecedor da sua vitória, o humano, enganado pela cor das velas, a cumprir a profecia do Oráculo de Delfi e a atirar-se às águas. Aqui esperamos pelo pôr-do-sol sentindo o sopro de Poseidon. Algo em mim muda um pouco. A história, quando tem um espaço concreto ganha verosimilhança. E mais uma peça do meu barco é substituída, melhorada talvez. No mar Egeu não vejo velas, brancas ou negras. Mas Teseu, continuando a ser um mito, é mais real.
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