Louçã acusa escola de querer usar críticas a mudanças como critério de avaliação de professores 29.02.2008 - 12h52 Lusa, PÚBLICO
Um agrupamento escolar em Leiria está a usar como critério na avaliação dos seus professores o facto de verbalizarem a insatisfação face a mudanças no sistema educativo, denunciou hoje o líder do Bloco de Esquerda.“Verbaliza a sua insatisfação/ satisfação face a mudanças ocorridas no Sistema Educativo/ na Escola através de críticas destrutivas potenciadoras de instabilidade no seio dos seus pares” é um dos indicadores incluídos no critério da “dimensão ética” para a avaliação dos professores no agrupamento escolar Correia Mateus, em Leiria, segundo Francisco Louçã.Louçã mostrou a ficha de avaliação em causa no debate quinzenal com o primeiro-ministro no Parlamento, acusando a presidente do conselho executivo do agrupamento escolar de agir como “zelote do Partido Socialista em Leiria”.“Veja tão baixo que chega esta opção do Governo (...) O senhor primeiro-ministro incendeia as escolas. O grande problema nas escolas é o combate ao insucesso escolar e não a avaliação”, defendeu.Ficha era proposta que foi recusadaNa resposta, o primeiro-ministro admitiu que aquele critério não devia ser usado, frisando que a responsabilidade não foi do Governo nem do Ministério, e assegurou que iria chamar a escola à atenção.“Se houve uma escola que disse exactamente como o senhor disse, essa escola agiu mal e naturalmente que o Ministério de Educação, que não é responsável por isso, naquilo que é o trabalho que está a desenvolver com as escolas e os conselhos directivos, vai chamar a atenção para esse ponto”, afirmou José Sócrates.O primeiro-ministro acusou o líder do Bloco de Esquerda de usar um caso concreto para “generalizar e denegrir” todo o sistema de avaliação de professores.Entretanto, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, explicou que a ficha apresentada por Louçã era uma proposta do Conselho Directivo da escola ao Conselho Pedagógico, onde chumbou. “Por isso essa ficha nunca será aplicada”, disse a ministra.
Eu só queria acrescentar que, ao contrário do que a senhora ministra diz, a proposta não foi chumbada. Até porque de acordo com o próprio ME, a mesma só irá a votação a 12 de Março. Podem ver aqui.
PS: Reparem bem no olhar da morte da sra. ministra. Ainda bem que não sou professor (ou melhor, esta senhora não me considera como tal), apenas licenciado em Ensino, porque senão estava, nesta altura, a tremer de medo.