Há momentos na nossa vida que nos tomam de assalto, tatuam a nossa memória. Não sei que mecanismos usam mas encontram um lugar que já lhes parecia destinado e ali encaixam como peças de um puzzle. Viajar é procurar essas peças, viver é construir um mapa com os sentidos.
Em Bruges, no meio de um nevão e ansioso pelo conforto possível de uma estação de comboios, entro desprevenido num convento de freiras beneditinas. Um deserto branco de gente e fico esmagado pelo peso da visão que fez esquecer o frio e a urgência. A foto não é minha, não tive a presença de espírito de agir nessa altura, mas trago-a comigo para o dia em que encontre as palavras para pintar o cenário incomum e de tranquilidade que ali encontrei.