A Estrada não é um filme fácil. Não é um filme confortável de se ver. O livro ainda é mais pesado, mais angustiante mas parece que, no essencial, John Hillcoat conseguiu captar o espírito da obra de Cormac McCarthy. Uma atmosfera densa, perigos que espreitam em todo o lado como a sombra de uma morte lenta e dolorosa. A fotografia consegue ser absolutamente magnífica captando os tons cinzentos, frios e desumanos tão importantes para transmitir esta ideia de mundo moribundo. A interpretação de Viggo Mortensen é portentosa na forma como assume a transformação física e psicológica da personagem central. O trailer é talvez enganoso e levará às salas muitos que procuram outro 2012. Não há grande recurso a efeitos especiais e o cenário pós apocaliptico é mais acentuado pelo deserto branco onde caminham pai e filho do que por imagens de barcos encalhados e carros abandonados na estrada. Não me vou pôr a comparar livro e filme porque isso é uma discussão absolutamente inútil, são linguagens distintas. Ainda assim, mesmo considerando A Estrada um filme muito bem realizado e interpretado, aconselho mais uma vez a leitura do livro.
Aqui fica o trailer.
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Aqui fica o trailer.
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