Há uma coisa que me tem chateado na distribuição dos filmes que têm estreado em Portugal nos últimos tempos. As distribuidoras queixam-se da pirataria, que as salas de cinemas estão cada vez mais desertas, o bla bla bla do costume. Agora digo eu:
Há meses que se fala dos filmes que acabaram por ser nomeados para os oscares. Atonement, Juno, Michael Clayton, No Country for Old Men e There Will Be Blood. Fala-se... mas não se podem ver. As distribuidoras, espertalhonas, sabem que à partida estes são filmes pequenos, não são tão lucrativos como os grandes blockbusters de verão, por isso o que é que fazem? Esperam pela época de prémios, especialmente pelas nomeações para os oscars, e com a publicidade garantida pelos galardões fazem-nos estrear. Ora com que é que um verdadeiro cinéfilo, mesmo daqueles que abominam os downloads ilegais, fica com vontade de fazer? Sacá-los da internet ou comprá-los na candoga. E o pior é que andamos a papar com semanas em que só estreia porcaria e sem um filme de jeito para podermos ver no cinema e agora apanhamos uma overdose. A culpa por vezes vem dos EUA. Quanto mais tarde lançarem os filmes, mais frescos eles ficam na memória dos membros da Academia e outros júris. Mas isso não justifica que, por exemplo, Juno que estreou nos EUA em Dezembro ainda não tenha data de estreia. Michael Clayton que estreou nos EUA em Outubro, só estreia cá em Fevereiro. No Country for Old Men estreou lá em Novembro e cá só estreia no fim de Fevereiro. De entre os nomeados a melhor filme, falta aquele que aguardo com mais ansiedade: There Will Be Blood de PT Anderson. Este escapa e estreia a horas decentes, poucas semanas depois da estreia internacional. O problema, como já disse, nem é só das distribuidoras nacionais, mas fico chateado, pois com certeza.