Boa pergunta. Fácil mas longa resposta.
Começa com 8 anos e com o Homem-Aranha. O Peter Parker seguiu-me durante toda a adolescência e ensinou-me que independentemente do que os outros pensem de nós o que interessa é o que somos no nosso intimo, mesmo que quase todos estejam contra nós.
O Hulk mostrou-me a dicotomia entre o médico e o monstro muito antes do Dr. Jeckyll and Mr. Hyde. O Thor, o seu irmão Loki e o pai de ambos Odin ensinaram-me o pouco que sei sobre a mitologia nórdica. O Demolidor foi para mim uma lição de que não devemos desistir perante as contrariedades. Os X-men fizeram mais pela luta contra o racismo do qualquer outro documento planfetário ou campanha com essa finalidade. Ali estão ele diferentes, olhados de lado e, embora mais poderosos raramente respondem violentamente.
Curiosamente nunca achei grande graça ao Super-Homem, alguém sem defeito algum (excepto o pormenor da pedra verde kryptonite) é desinteressante.
Que diferenças há entre os teenagers de hoje e os de há 10 ou 15 anos?
Para mim cada número de cada revista era um acontecimento, o dinheiro do almoço era guardado religiosamente com o fim de saber das aventuras de Wolverine (e da sua luta para saber a verdade do seu passado) e de todos os outros principalmente do universo Marvel. Hoje, os acontecimentos são a estreia de novos e novos filmes de super-heróis que, embora ultimamente tenham aumentado de qualidade deixam muito a desejar aos fans. Por exemplo: Demolidor, Liga de Cavalheiros Extraordinários, alguns Batman (em concreto aqueles que não foram realizados por Tim Burton ou Christopher Nolan), Elektra, e provalvelmente outros tão medianos que nem marcaram o imaginário colectivo.
Perdeu-se um bocado a magia porque dantes o Wolverine era aquela figura tão dura como adamantium e agora é o Hugh Jackman, o Homem-Aranha agora é o Tobey Macguire. Enfim, resta uma imensa nostalgia para quem, como eu, cresceu com estes heróis. E muitos deles criados pelo homem da foto: Stan Lee a quem presto a minha homenagem.