Monday, January 10, 2005

Na minha mente sensível, a existência surge como uma extensa prisão, melhor: como uma ilha de dimensão considerável rodeada de desconhecido. É esta ilha uma prisão de muitos homens que não se conhecem nem a si mesmos nem nunca poderão conhecer. Amam como quem odeia, vivem como quem morre, beijam como quem mata! Esperam pelos filhos e depois abandonam-os como os pais os abandonaram. Menos cruel seria devorarem-nos à nascença. Procuram alívio para as suas culpas em drogas que lhas hipotecam com elevados juros. São seres divididos entre não-existências. A fuga é possivel mas incerta. Há monstros ambíguos nas águas do mar. O que fazer quando as águas sobem até à ilha? Não há por onde fugir de nós próprios, daquilo que não queremos conhecer.

2 comments:

Heavenlight said...

Sem palavras!
Este texto exprime tudo aquilo que eu penso, e parece-se com aquilo que escrevo algumas vezes. O que fazer para construir uma ponte que nos permita sair dessa ilha e conhecermo-nos, repensarmo-nos e tornarmo-nos melhores?

Anonymous said...

Eu só te posso dizer que n vale a pena tentar fugir de nós próprios e tentar conhecer cada centimetro de nós é uma utopia! Só te posso dizer que amo tanto o teu lado escuro, que não conheço, como o outro.... És lindo!